História

Um pouco da nossa História.
Mais informações em https://revistas.ufpr.br/jpe/article/view/32275/20495

No início
A alternativa para agregar o interesse em estudar políticas em educação básica com a necessidade de trabalhar coletivamente foi vincular-me a uma pesquisa nacional, de caráter interinstitucional com o objetivo de analisar as consequências do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (FUNDEF), na oferta de educação básica em diferentes Estados e municípios brasileiros. A pesquisa nacional foi coordenada pelos Profs. Beatriz Luce, Lisete Arelaro e Romualdo Portela Oliveira com o apoio da Fundação Ford e de várias agências estaduais de fomento. Contei com o apoio de duas bolsistas de Iniciação Científica subsidiadas pela Fapesp e de uma estagiária recém-formada. Egle Pessoa Bezerra e Adriana Dragone Silveira, duas das três integrantes dessa pesquisa, ainda hoje compõem o grupo e são, respectivamente, mestre e doutora em educação. O GREPPE (Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Educacionais) se iniciava. A participação nesta pesquisa (2001-2003) teve como mérito integrar um conjunto de pesquisadores de distintas instituições brasileiras organizados em redes para o desenvolvimento de pesquisas de natureza interinstitucional. Após conclusão do estudo sobre o Fundef, uma dessas redes, se articulou em torno da pesquisa interinstitucional Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE): uma proposta de redefinição do papel do Estado? coordenada pela profa. Vera Maria Vidal Peroni (UFRGS) e por mim, na qual se analisou as consequências do PDDE para a gestão e o financiamento de escolas públicas em cinco Estados e dez municípios do Brasil. Da pesquisa financiada pelo CNPq e publicada pelo INEP em 2007, participaram distintos centros coordenados localmente por Rosana Cruz- UFPI, Liliene Luz- UEPI, Terezinha Silva – UFPA, Teise Garcia- USP-RP e Regina Cestari (UCDB).Em São Paulo, a investigação se deu no âmbito do Greppe e contou com alunos de graduação e de mestrado que, ainda hoje, estão vinculados à pesquisa educacional e ao grupo, alguns
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Perspectiva política
Uma das perspectivas do GREPPE é construir uma dinâmica de produção científica que se constitua como espaço de formação de novos pesquisadores, articulados na divulgação de experiências na área do conhecimento com o objetivo de estimular o debate qualificado no campo da política educacional, com o compromisso de defesa do direito à educação pública de qualidade para todos. Esta é uma opção política.Assim, assumimos o compromisso de organizar a cada dois anos Seminários de Pesquisa que permitam o debate ampliado sobre tema abordado nas investigações em andamento do grupo. Para tanto, temos contado com a participação de pesquisadores de distintos centros de investigação, brasileiros e estrangeiros em mesas redondas ou conferências relacionadas aos temas focalizados em nossas investigações. Até 2011, os Seminários tiveram lugar na UNESP de Rio Claro, versavam sobre os seguintes temas: Autonomia e Regulações da Escola (2007); Interfaces entre o Público e o Privado para a Oferta Educacional (2009); e, Organização do trabalho na escola e reformas educativas (2011). Mas sem a participação ativa e dos alunos, especialmente da graduação, na coordenação da infraestrutura e na operacionalização dos mesmos, esses Fóruns não ocorreriam. Além dos fóruns apontados acima, o Greppe protagonizou um evento considerado um dos mais importantes. Trata-se de um seminário interinstitucional e itinerante que envolveu quatro campi da UNESP, a FE-UNICAMP, a FEUSP e a USP-RP com transmissão simultânea, via teleconferência, de mesas redondas realizadas em três cidades diferentes para os polos envolvidos. Nesse evento contamos com a ousadia de colegas professores como: Raquel Borghi, Eugênio Ramos, Regiane Bertagna, Nora Krawczyk, Pedro Ganzeli, Romualdo P Oliveira, Teise Garcia, Graziela Zambão, João Gentilini, José Luiz Guimarães; de técnicos; e, de alunos das referidas instituições.
Em 2007 ocorreu O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) em debate nas universidades paulistas, no qual compareceram pesquisadores como: Celso de R. Beisegel, Lisete Arelaro, Romualdo Portela Oliveira, Luiz Carlos Freitas, Nigel Brooks, Marcio da Costa, Silke Weber, Luiz Araújo, Otaviano Helene, Sergio Haddad, Reinaldo Fernandes e Marcia Ângela Aguiar, além da presença dos representantes do MEC para o aprofundamento do debate dos temas do PDE. Diante dos limites institucionais decorrentes de sua localização do Departamento de Educação no Instituto de Biociências, conseguimos, com esforços coletivos, articular e ousar a constituição desses eventos ressaltando a importância da opção política pela organização e pelo investimento em grupos de pesquisas conectados em torno de interesses acadêmicos e de compromissos políticos. Também expressa nossa opção por uma política de formação de pesquisadores coletiva a realização de seminários de pesquisas relacionados aos projetos de investigação em andamento, nos quais pesquisadores doutores e estudantes de todos os níveis submetem ao debate e à rigorosa, mas solidária, crítica suas produções.
Na segunda década deste século, as Professoras Regiane Bertagna (UNESP-RC) e Selma Venco ( UNICAMP) passaram a compor o Grupo, ampliando e qualificando as pesquisas desenvolvidas com temas relacionados ao trabalho docente e às consequências de políticas contemporâneas para sua precariedade, no caso da Professora Selma Borghi e, no caso da Professora Regiane Bertagna, a estudos sobre políticas de avaliação educacional associadas a modelos gerencialistas de educação.

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